Efeito

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Capoeira Vira Patrimônio Cultural Brasileiro


A capoeira já se tornou uma arte presente na vida de muitos brasileiros, eu inclusive já pratiquei por alguns anos a Capoeira, que surgiu nos guetos negros há mais de um século.
Nesta terça-feira
dia 15 de julho de 2008, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, decisão tomada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que é constituido por 22 representantes de entidades e da sociedade civil, a decisão ocorreu no Palácio Rio Branco, em Salvador.
No mesmo local foi inaugurada algumas atividades relacionadas a capoeira como: exposição Rodas de Capoeira, com pinturas, esculturas em barro, instrumentos musicais, xilogravuras e folhetos de cordel.
A capoeira agora se tornou a 14ª expressão artística do Brasil, sendo registrada como patrimônio imaterial. A diferença para patrimônio material como edifícios históricos é que este registro esta voltado para as ações de apoio às condições sociais, materiais, ambientais e de transmissão, possibilitando assim que esse tipo de cultura continue sendo preservado e continue existindo.

Introdução

Em um Palácio Rio Branco cercado por aproximadamente 20 grupos de capoeira da Bahia, do Rio e de Pernambuco, no centro de Salvador, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) acolheu por unanimidade, na tarde desta terça (15), o pedido de registro da capoeira como Patrimônio Cultural brasileiro, feito pelo Ministério da Cultura. É o ponto alto de uma história repleta de altos e baixos. "Não se pode esquecer que a prática foi, por muitos anos, considerada crime pelo Código Penal", lembra a historiadora e capoeirista Adriana Albert Dias. "Hoje, é um símbolo nacional espalhado pelo mundo."
Os registros mais antigos da capoeira vêm do século 18. Era praticada por escravos, sobretudo os vindos de Angola. O esporte-dança foi considerado crime até o fim da década de 1930. Só a partir de lá começou a alçar a fama, hoje estendida a cerca de 150 países. Agora, passa a ser um dos 14 Patrimônios Culturais do país, junto com o frevo, o samba carioca e o ofício das baianas de acarajé, entre outros.
"Se hoje a manifestação é legitimada como um dos principais símbolos da cultura brasileira, foi por muito sacrifício, em especial dos mais antigos", conta o historiador e pesquisador do tema Frede Abreu. "Hoje, a maioria deles está em má situação financeira." Na prática, a elevação da capoeira a Patrimônio Cultural prevê, além da inscrição, como Bens Culturais de Natureza Imaterial, do Ofício dos Mestres de Capoeira no Livro de Saberes e da Roda de Capoeira no Livro das Formas de Expressão, a criação de um plano de previdência especial para os "velhos mestres". Gente como Francisco de Assis, o mestre Gigante, de 84 anos. "Preciso muito dessa ajuda", diz Assis, que já participou de rodas de capoeira com os lendários mestres Bimba e Pastinha, ícones da expansão da atividade.
Para o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, o reconhecimento é um passo para que se estabeleçam "políticas públicas concretas" para a atividade. As próximas medidas para a preservação da capoeira, além do plano especial de previdência, de acordo com ele, são o estabelecimento de um programa de incentivo da atividade no mundo e a criação de um Centro Nacional de Referência da Capoeira, com sede em Salvador. "Vamos transformar a cidade em uma espécie de Meca da capoeira", afirma. (Tiago Décimo)

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