Saúde...
A Capoeira é uma atividade que requer muito do seu corpo, essa postagem é para orientar você a ficar sabendo mais sobre os alongamentos antes de uma atividade física.
A recomendação é aprender a fazer os alongamentos antes e depois dos exercícios, principalmente nos músculos que serão ou foram utilizados na atividade.
Alongamento é o estiramento muscular que possibilita um manejo facilitado no exercício evitando lesões. É o preparo muscular para atividade que irá ser realizada e também um relaxamento muscular pós-atividade.
O alongamento é de fundamental necessidade para, pois ele favorece a manutenção dos níveis de flexibilidade e a realização de movimentos de amplitude normal, preparando assim o corpo para a atividade e evitando riscos para os músculos esqueléticos, tendões e articulações.
Cuidados durante a prática do alongamento:
1- Faça-o lentamente e respeite seus limites;
2- Respire lenta e profundamente, feche seus olhos;
3- Não estire bruscamente os músculos;
4- Não utilize pesos ou sobrecargas.
Quando terminar a atividade...
OBS : Não é saudável parar o exercício bruscamente, é importante diminuir lentamente a intensidade da sua atividade. Dessa forma, haverá um relaxamento do sistema nervoso central, aumentando a descontração da musculatura e favorecendo a recuperação metabólica.
Efeito
segunda-feira, 9 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Capoeira Vira Patrimônio Cultural Brasileiro
A capoeira já se tornou uma arte presente na vida de muitos brasileiros, eu inclusive já pratiquei por alguns anos a Capoeira, que surgiu nos guetos negros há mais de um século.
Nesta terça-feira dia 15 de julho de 2008, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, decisão tomada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que é constituido por 22 representantes de entidades e da sociedade civil, a decisão ocorreu no Palácio Rio Branco, em Salvador.
No mesmo local foi inaugurada algumas atividades relacionadas a capoeira como: exposição Rodas de Capoeira, com pinturas, esculturas em barro, instrumentos musicais, xilogravuras e folhetos de cordel.
A capoeira agora se tornou a 14ª expressão artística do Brasil, sendo registrada como patrimônio imaterial. A diferença para patrimônio material como edifícios históricos é que este registro esta voltado para as ações de apoio às condições sociais, materiais, ambientais e de transmissão, possibilitando assim que esse tipo de cultura continue sendo preservado e continue existindo.
Em um Palácio Rio Branco cercado por aproximadamente 20 grupos de capoeira da Bahia, do Rio e de Pernambuco, no centro de Salvador, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) acolheu por unanimidade, na tarde desta terça (15), o pedido de registro da capoeira como Patrimônio Cultural brasileiro, feito pelo Ministério da Cultura. É o ponto alto de uma história repleta de altos e baixos. "Não se pode esquecer que a prática foi, por muitos anos, considerada crime pelo Código Penal", lembra a historiadora e capoeirista Adriana Albert Dias. "Hoje, é um símbolo nacional espalhado pelo mundo."
Os registros mais antigos da capoeira vêm do século 18. Era praticada por escravos, sobretudo os vindos de Angola. O esporte-dança foi considerado crime até o fim da década de 1930. Só a partir de lá começou a alçar a fama, hoje estendida a cerca de 150 países. Agora, passa a ser um dos 14 Patrimônios Culturais do país, junto com o frevo, o samba carioca e o ofício das baianas de acarajé, entre outros.
"Se hoje a manifestação é legitimada como um dos principais símbolos da cultura brasileira, foi por muito sacrifício, em especial dos mais antigos", conta o historiador e pesquisador do tema Frede Abreu. "Hoje, a maioria deles está em má situação financeira." Na prática, a elevação da capoeira a Patrimônio Cultural prevê, além da inscrição, como Bens Culturais de Natureza Imaterial, do Ofício dos Mestres de Capoeira no Livro de Saberes e da Roda de Capoeira no Livro das Formas de Expressão, a criação de um plano de previdência especial para os "velhos mestres". Gente como Francisco de Assis, o mestre Gigante, de 84 anos. "Preciso muito dessa ajuda", diz Assis, que já participou de rodas de capoeira com os lendários mestres Bimba e Pastinha, ícones da expansão da atividade.
Para o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, o reconhecimento é um passo para que se estabeleçam "políticas públicas concretas" para a atividade. As próximas medidas para a preservação da capoeira, além do plano especial de previdência, de acordo com ele, são o estabelecimento de um programa de incentivo da atividade no mundo e a criação de um Centro Nacional de Referência da Capoeira, com sede em Salvador. "Vamos transformar a cidade em uma espécie de Meca da capoeira", afirma. (Tiago Décimo)
Nesta terça-feira dia 15 de julho de 2008, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, decisão tomada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que é constituido por 22 representantes de entidades e da sociedade civil, a decisão ocorreu no Palácio Rio Branco, em Salvador.
No mesmo local foi inaugurada algumas atividades relacionadas a capoeira como: exposição Rodas de Capoeira, com pinturas, esculturas em barro, instrumentos musicais, xilogravuras e folhetos de cordel.
A capoeira agora se tornou a 14ª expressão artística do Brasil, sendo registrada como patrimônio imaterial. A diferença para patrimônio material como edifícios históricos é que este registro esta voltado para as ações de apoio às condições sociais, materiais, ambientais e de transmissão, possibilitando assim que esse tipo de cultura continue sendo preservado e continue existindo.
Introdução
Em um Palácio Rio Branco cercado por aproximadamente 20 grupos de capoeira da Bahia, do Rio e de Pernambuco, no centro de Salvador, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) acolheu por unanimidade, na tarde desta terça (15), o pedido de registro da capoeira como Patrimônio Cultural brasileiro, feito pelo Ministério da Cultura. É o ponto alto de uma história repleta de altos e baixos. "Não se pode esquecer que a prática foi, por muitos anos, considerada crime pelo Código Penal", lembra a historiadora e capoeirista Adriana Albert Dias. "Hoje, é um símbolo nacional espalhado pelo mundo."
Os registros mais antigos da capoeira vêm do século 18. Era praticada por escravos, sobretudo os vindos de Angola. O esporte-dança foi considerado crime até o fim da década de 1930. Só a partir de lá começou a alçar a fama, hoje estendida a cerca de 150 países. Agora, passa a ser um dos 14 Patrimônios Culturais do país, junto com o frevo, o samba carioca e o ofício das baianas de acarajé, entre outros.
"Se hoje a manifestação é legitimada como um dos principais símbolos da cultura brasileira, foi por muito sacrifício, em especial dos mais antigos", conta o historiador e pesquisador do tema Frede Abreu. "Hoje, a maioria deles está em má situação financeira." Na prática, a elevação da capoeira a Patrimônio Cultural prevê, além da inscrição, como Bens Culturais de Natureza Imaterial, do Ofício dos Mestres de Capoeira no Livro de Saberes e da Roda de Capoeira no Livro das Formas de Expressão, a criação de um plano de previdência especial para os "velhos mestres". Gente como Francisco de Assis, o mestre Gigante, de 84 anos. "Preciso muito dessa ajuda", diz Assis, que já participou de rodas de capoeira com os lendários mestres Bimba e Pastinha, ícones da expansão da atividade.
Para o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, o reconhecimento é um passo para que se estabeleçam "políticas públicas concretas" para a atividade. As próximas medidas para a preservação da capoeira, além do plano especial de previdência, de acordo com ele, são o estabelecimento de um programa de incentivo da atividade no mundo e a criação de um Centro Nacional de Referência da Capoeira, com sede em Salvador. "Vamos transformar a cidade em uma espécie de Meca da capoeira", afirma. (Tiago Décimo)
Metodologia das Sequências do Mestre Bimba
Introdução
Cada professor tem seu próprio método de ensino, ou usa o método do chefe do grupo ao qual pertence. No entanto, o uso de seqüências predeterminadas de golpes e defesas, para serem feitas por duplas de jogadores, é comum a praticamente todos, sejam da angola ou regional. O primeiro a criar e utilizar este tipo de método de ensino, utilizando seqüências de golpes e defesas, foi Mestre Bimba - criador da capoeira regional -, na década de 1930.
Hoje já não se aprende capoeira de forma intuitiva, como parte integrante de um todo cultural, como acontecia em Salvador nas décadas de 1940 e 1950 nos círculos da capoeira angola. Os tempos são outros: era tecnológica, sociedade de consumo, globalização, etc. No entanto, a capoeira tem sobrevivido a todas estas mudanças e continua sendo um processo "cujo fim é inconcebível ao mais sábio dos mestres", como ensinava Mestre Pastinha. Assim, no contexto da sociedade em que vivemos, o ensino do jogo é feito de maneira estruturada, e as oito seqüências criadas por Mestre Bimba ainda são um dos melhores métodos para se aprender capoeira regional. E, se adicionadas a treinamentos de golpes e a treinamentos que visam a improvisação e a criatividade, resultam num método eficiente e não-mecânico.
Inicialmente, as seqüências devem ser feitas a partir da ginga, em ritmo lento. Assim minimiza-se o risco de acidentes e facilita-se a memorização. Uma vez que os golpes já são executados sem grandes dificuldades, a velocidade de execução deve ir aumentando até chegar ao ritmo de São Bento Grande de Bimba, criado por Mestre Bimba para o jogo entre seus alunos. Após fazer a seqüência, a dupla de jogadores deve fazer a seqüência "simétrica": ou seja, o que foi feito com a perna esquerda é feito com a direita, e vice-versa.
A seqüência seguinte só deve ser iniciada quando ambos os jogadores tiverem memorizado a atual.
Primeira Seqüência (meia-lua, armada, aú, cocorinha, negativa-de-angola, cabeçada
Segunda Seqüência (martelo, cocorinha, bênção, aú, rapa, armada, cabeçada, negativa-de-angola, rolê)
Terceira Seqüência (queixada, cocorinha, bênção, aú, armada, negativa-de-angola, rolê, cabeçada)
Quarta Seqüência (galopante, negativa-de-angola, rolê, cabeçada, arrastão, aú)
Quinta Seqüência (giro alto, joelhada, aú, cabeçada, rolê, negativa-de-angola)
Sexta Seqüência (rabo-de-arraia, cocorinha)
Sétima Seqüência (armada, cocorinha, aú, bênção, negativa-de-angola, rolê, cabeçada)
Oitava Seqüência (bênção, aú, negativa-de-angola, rolê, cabeçada)
Segunda Seqüência (martelo, cocorinha, bênção, aú, rapa, armada, cabeçada, negativa-de-angola, rolê)
Terceira Seqüência (queixada, cocorinha, bênção, aú, armada, negativa-de-angola, rolê, cabeçada)
Quarta Seqüência (galopante, negativa-de-angola, rolê, cabeçada, arrastão, aú)
Quinta Seqüência (giro alto, joelhada, aú, cabeçada, rolê, negativa-de-angola)
Sexta Seqüência (rabo-de-arraia, cocorinha)
Sétima Seqüência (armada, cocorinha, aú, bênção, negativa-de-angola, rolê, cabeçada)
Oitava Seqüência (bênção, aú, negativa-de-angola, rolê, cabeçada)
Sequências do Mestre Bimba
Primeira Sequência
Aluno 1
Meia-Lua de frente
Meia Lua de frente com armada
Aú
Rolê
Aluno 2
Cocorinha Cocorinha com negativa
Cabeçada
Segunda Sequência
Aluno 1
Queixada
Queixada
Cocorinha
Benção
Aú
Rolê
Aluno 2
Cocorinha
Cocorinha
Armada
Negativa
Cabeçada
Terceira Sequência
Aluno 1
Martelo
Martelo
Cocorinha
Benção
Aú
Rolê
Aluno 2
Banda
Banda
Armada
Negativa
Cabeçada
Quarta Sequência
Aluno 1
Goldeme
Goldeme
Arrastão
Aú
Rolê
Aluno 2
Bloqueio
Bloqueio
Galopante
Negativa
Cabeçada
Quinta Sequência
Aluno 1
Giro
Joelhada
Negativa
Aú
Rolê
Aluno 2
Cabeçada
Negativa
Cabeçada
Sexta Sequência
Aluno 1
Meia-Lua de Compasso
Cocorinha
Joelhada
Aú
Rolê
Aluno 2
Cocorinha
Meia-Lua de Compasso
Negativa
Cabeçada
Sétima Sequência
Aluno 1
Armada
Armada
Negativa
Cabeçada
Aluno 2
Cocorinha
Cocorinha
Benção
Aú
Rolê
Oitava Sequência
Aluno 1
Benção
Aú
Rolê
Aluno 2
Negativa
Cabeçada
Aluno 1
Meia-Lua de frente
Meia Lua de frente com armada
Aú
Rolê
Aluno 2
Cocorinha Cocorinha com negativa
Cabeçada
Segunda Sequência
Aluno 1
Queixada
Queixada
Cocorinha
Benção
Aú
Rolê
Aluno 2
Cocorinha
Cocorinha
Armada
Negativa
Cabeçada
Terceira Sequência
Aluno 1
Martelo
Martelo
Cocorinha
Benção
Aú
Rolê
Aluno 2
Banda
Banda
Armada
Negativa
Cabeçada
Quarta Sequência
Aluno 1
Goldeme
Goldeme
Arrastão
Aú
Rolê
Aluno 2
Bloqueio
Bloqueio
Galopante
Negativa
Cabeçada
Quinta Sequência
Aluno 1
Giro
Joelhada
Negativa
Aú
Rolê
Aluno 2
Cabeçada
Negativa
Cabeçada
Sexta Sequência
Aluno 1
Meia-Lua de Compasso
Cocorinha
Joelhada
Aú
Rolê
Aluno 2
Cocorinha
Meia-Lua de Compasso
Negativa
Cabeçada
Sétima Sequência
Aluno 1
Armada
Armada
Negativa
Cabeçada
Aluno 2
Cocorinha
Cocorinha
Benção
Aú
Rolê
Oitava Sequência
Aluno 1
Benção
Aú
Rolê
Aluno 2
Negativa
Cabeçada
Aprenda a fazer um berimbau
O primeiro passo para o fabrico do berimbau é a obtenção de uma madeira flexível e resistente, que suporte arqueamento e pressão sem ceder demasiado. Escolhe-se uma vara sem muitos nós ou grandes curvas, que bem pode ser "biriba" (a preferida pela maioria dos capoeiras ) ou guatambú (mais facilmente encontrada). O guatambú se apresenta como a madeira indicada - ao lado da taipoca e outras espécies nativas - na construção do berimbau, por se tornarem suas varas muito leves, após secas, sendo comuns longas hastes muito regulares, apresentando grossura mais ou menos uniforme de uma extremidade a outra. Tirada a vara, que não seja demasiado grossa ou muito fina. O tamanho ideal é de aproximadamente 1.20 m.
Quando a madeira ainda está verde, caso não seja perfeitamente reta, basta passá-la sobre o calor do fogo, ainda com casca, para que sejam corrigidas eventuais curvas, dando-lhe a forma reta necessária. A casca do guatambú sai com facilidade, passando uma faca de lâmina afiada de ponta a ponta da vara, removendo longas tiras.
Passamos, a seguir, à confecção propriamente dita do berimbau. Esculpe-se uma pequena ponta na extremidade mais grossa da vara, que irá servir como conexão para se ajustar o arame do berimbau. A outra ponta deve ser bem acertada, pois irá receber um pequeno pedaço de sola de couro, que impedirá o arame de rachar a madeira.
O arame - que cumprirá o papel de corda do instrumento - é um fio de aço com um comprimento maior que a vara cerca de 20 cm e recebe em sua extremidade um laço de diâmetro adequado para se encaixar na ponta esculpida na madeira - que será o pé do instrumento - enquanto que no outro extremo recebe uma laçada menor, onde será amarrado o cordão que irá prendê-lo à madeira. Após esta primeira fase, o berimbau é vergado - ou "armado" para o ajuste da corda, formando o arco - com o emprego de um pé flexionando a madeira, enquanto uma das mãos apoia a extremidade superior da vara e a outra amarra o arame. Pronto o berimbau, já se tornou comum acrescentar-lhe discreta pintura, manchas de fogo e verniz, com a finalidade de embelezá-lo. Esta pintura às vezes possui um significado especial para o tocador, quando é este que confecciona o instrumento.
O próximo passo é a elaboração da caixa de ressonância, indispensável ao arco do berimbau. Para isto, utiliza-se uma cabaça que serve à perfeição ao nosso propósito. De preferência, que a cabaça se encontre já bem seca e não tenha sido colhida madura. Que a casca não seja demasiado grossa ou muito fina. O tamanho ideal terá um circunferência de aproximadamente 18 cm - quando se pretenda fazer um berimbau gunga, de timbre grave; caso se pretenda um berimbau viola, de timbre agudo, o tamanho deverá ser menor, com cerca de 11 cm.
Escolhida a cabaça, primeiramente façamos uma abertura tal que seja possível a saída de um som claro. Esta abertura será proporcional ao diâmetro máximo alcançado pela cabaça e feita na extremidade oposta à que se prende a haste, quando ainda no pé. Concluída a abertura - feita com uma serra fina - se a cabaça for demasiado grossa é conveniente que coloquemos água em seu interior e deixar por 48h, para depois raspá-lo até que a casca se torne da espessura desejada. Isso para que a ressonância obtida seja de boa qualidade. Depois, com o emprego de uma lixa, daremos à abertura da cabaça o acabamento necessário.
Terminado este preparo, a cabaça receberá no seu fundo dois furos paralelos em uma distância de aproximadamente 3 cm um do outro, por onde irá passar o cordão que a manterá fixa ao arco. O tamanho deste cordão irá depender do grau de curvatura obtido pelo arco, para que a cabaça fique presa de forma tal que aperte o arame e proporcione ao tocador a necessária firmeza para segurar o instrumento, apoiando-o sobre o dedo mínimo através deste cordão. Servirá ainda para afinar o instrumento, conforme a pressão exercida sobre a corda.
Na escolha da vareta a ser utilizada na percussão do arame são preferidas pequenas varas tiradas de pedaços de bambu, da grossura aproximada de um lápis e comprimento de mais ou menos 30 cm. Outra espécie de vareta muito apreciada é de bambu fino, do tipo das varas de pesca, obedecendo às dimensões citadas. A vareta será usada segura entre os dedos indicador e polegar, apoiada sobre o dedo médio de uma mão, enquanto a outra sustenta o instrumento e prende o dobrão. A percussão da corda se dá numa altura pouco superior ao ponto onde o dobrão pressiona o arame. As batidas devem ser firmes.
O dobrão - denominação popular das antigas moedas de 40 réis - é empregado com a finalidade de pressionar o arame quando se pretende obter uma nota aguda, já que o berimbau emite dois tons básicos (grave e agudo) e outros efeitos. É por seu intermédio que o tocador estica ainda mais a corda do instrumento, provocando em conseqüência a modificação do tom grave para o agudo ou um chiado característico. Muitos capoeiras preferem o uso de pedras lisas e resistentes no lugar das moedas de cobre, por considerarem o som obtido mais agradável, além da escolha das pedras possibilitar o emprego daquela de formato mais conveniente para o manuseio do tocador.
O Caxixi
Na execução do berimbau, um outro instrumento constitui acessório indispensável: o caxixi, que é usado como chocalho.
Caxixi é o nome que se dá ao pequeno cesto de alças, feito com tiras de junco trançadas, contendo em seu interior contas de lágrimas, pequenas conchas marinhas ou búzios. O seu fundo é feito de pedaços de cabaça.
Além do seu emprego como complemento ao berimbau, Edison Carneiro nos informa em Candomblés da Bahia acerca de outros usos do caxixi.
"Caxixi, s.m. Saquinho de palha trançada que contém sementes de bananeira-do-mato, usado pelos pais dos candomblés de Angola para acompanhar certos cânticos, especialmente a ingorôssi. (...) Ingorôssi, s.m. Reza da nação Angola. O tata, agitando um caxixi, fica no meio das filhas, que sentadas em esteiras, batem com a mão espalmada sobre a boca, respondendo ao solo. (...) O chefe do candomblé acrescenta à orquestra, quando Nagô ou Jeje, o som do adjá, uma ou duas campânulas compridas que, sacudidas ao movimento da filha, ajudam a manifestação do orixá, e quando Angola ou Congo, o som do caxixi, um saquinho de palha trançada cheio de sementes. (...) Os candomblés de Angola e do Congo saúdam conjuntamente os inkices com um cantochão lúgubre, o ingorôssi, que se compõe de mais de trinta cantigas diferentes. As muzenzas se sentam em esteiras, em volta do tata, que, com um caxixi na mão, faz o solo, respondido por um coro de gritos entrecortados por pequenas pancadas na boca."
No acompanhamento do berimbau o caxixi é usado prendendo-se a sua alça entre os dedos anular e médio da mão que segura a vareta. Tem destaque especial na marcação rítmica dos toques.
terça-feira, 3 de julho de 2012
A Capoeira pelo mundo
Ela já foi considerada marginal e quase desapareceu. Hoje, a Capoeira ganhou o status de ser o “esporte” 100% brasileiro. É claro que as relações simbólicas dessa manifestação extrapolam os limites da atividade física. A Capoeira é resistência, é dança, é luta, é integração, é jogo lúdico, é mística, é um modo de vida.
Entre os grandes nomes dessa arte afro-brasileira estão João Pequeno e João Grande, parceiros de jogo e espécie de antagonistas. O último correu o mundo, viajou pela África, Europa e Estados Unidos, e atualmente mora na cidade de Nova Iorque. Sua fama e reconhecimento lhe renderam o título de doutor honoris causa pela Uppsala University nos Estados Unidos. João Pequeno também recebeu o mesmo título pela Universidade Federal de Uberlândia (MG).
Graças ao empenho desses dois mestres e de centenas de seguidores, hoje a Capoeira está praticamente em todos os continentes do mundo. O colunista da Folha de São Paulo, Nelson de Sá divulgou a nota e nós reproduzimos aqui: Sob o título “Joys of Brazil”, a modelo e celebridade dos EUA Veronica Webb postou no blog do “New York Times” que sua válvula de “escape” cotidiana é capoeira. Diz que as brasileiras são famosas por suas “bundas”, em português. E que seu esforço já rendeu.
Comentários a parte, a Capoeira continua sua fama internacional. O Ministério da Cultura tem política específica para a manifestação e produziu o documentário “Capoeira Paz no Mundo”, uma homenagem ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto num atentado terrorista no dia 19 de agosto de 2003, em Bagdá, na sede local da Organização das Nações Unidas (ONU). O vídeo mostra uma homenagem ao embaixador, promovido no Victoria Hall Theatre, em Genebra, um ano após a sua morte, e destaca a importância da Capoeira ser apoiada por uma política pública específica.
Entre os grandes nomes dessa arte afro-brasileira estão João Pequeno e João Grande, parceiros de jogo e espécie de antagonistas. O último correu o mundo, viajou pela África, Europa e Estados Unidos, e atualmente mora na cidade de Nova Iorque. Sua fama e reconhecimento lhe renderam o título de doutor honoris causa pela Uppsala University nos Estados Unidos. João Pequeno também recebeu o mesmo título pela Universidade Federal de Uberlândia (MG).
Graças ao empenho desses dois mestres e de centenas de seguidores, hoje a Capoeira está praticamente em todos os continentes do mundo. O colunista da Folha de São Paulo, Nelson de Sá divulgou a nota e nós reproduzimos aqui: Sob o título “Joys of Brazil”, a modelo e celebridade dos EUA Veronica Webb postou no blog do “New York Times” que sua válvula de “escape” cotidiana é capoeira. Diz que as brasileiras são famosas por suas “bundas”, em português. E que seu esforço já rendeu.
Comentários a parte, a Capoeira continua sua fama internacional. O Ministério da Cultura tem política específica para a manifestação e produziu o documentário “Capoeira Paz no Mundo”, uma homenagem ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto num atentado terrorista no dia 19 de agosto de 2003, em Bagdá, na sede local da Organização das Nações Unidas (ONU). O vídeo mostra uma homenagem ao embaixador, promovido no Victoria Hall Theatre, em Genebra, um ano após a sua morte, e destaca a importância da Capoeira ser apoiada por uma política pública específica.
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