Efeito

sábado, 30 de outubro de 2010

Movimentos e Golpes de Capoeira

Moviments e Golpes de Capoeira

Defesas: cocorinha, esquivas, negativas, resistência;
Ataques Rodados: armada, chapéu de couro, meia-lua, meia-lua de compasso, meia-lua solta, queixada;

Ataques Frontais: bênção, chapa, esporão, martelo, ponteira;

Ataques Voadores: armada, martelo voador, meia-lua solta, queixada, vôo do morcego;

Movimentacoes: ginga, eu ia, rolê, fuga, troca, atravessa, meia volta, volta ao mundo;

Golpes de Mao: abafador, asfixiante, cutilada, galopante, godeme, quebra-queixo;

Acrobacias: aú, compasso, duplo S, eclipse, giro de cabeça, macaquinho, palhacinho, queda de rins, salto (uno, duplo e triplo e mortal), saudação, voador;

Desequilibrastes: arrastão, bandas, chibata, rasteira, tesouradas, vingativas;

Especiais: batida de frente, boca de calça, cabeçada, carrinho de mão, coice, trava de perna.


Exemplos:
Armada Martelo
Au Martelo Cruzado
Bencao Martelo Rodado
Cabecada Meia Lua de Compasso
Chapa Ponteira
Chapa de Costas Queda de Rins
Folha Seca Queixada
Macaco Role


Ginga
É a troca constante de base. É uma característica da capoeira que consiste na movimentação constante de braços e pernas executados pelo capoeirista, em movimentos de vai e vem, avanços e recuos, iludindo o adversário e buscando a melhor oportunidade para desferir seus golpes.

Armada
O capoeira executa um giro de todo o corpo, aparentemente dando as costas ao adversário, posicionando-se sobre a perna que se encontra à frente, arremessando a outra perna, em um movimento que completa o giro do corpo, tendo como objetivo a cabeça do oponente.

Benção
O capoeira ao aplicar a Bênção levanta a perna que se encontra atrás na ginga, puxa-a em direção a si e - num movimento rápido - empurra-a contra o peito do adversário, buscando atingi-lo com o calcanhar.

Cabeçada
Em uma posição semelhante à da esquiva, o capoeira projeta seu tronco para a frente, sobre uma perna flexionada servindo como base, buscando atingir o adversário com a cabeça.

Chapa de costas
Neste movimento o capoeira se abaixa até o solo, numa posição próxima à da meia lua de compasso, quando então desfere um golpe idêntico à chapa lateral, agora contando com o apoio das duas mãos ao solo e se aproveitando do fato de estar de costas para o adversário.

Chapa de lateral
Este movimento é executado de forma semelhante à Bênção. A perna é puxada pelo capoeira (joelho flexionado) e distendida em um gesto súbito, procurando atingir o oponente com a parte inferior do pé.

Chapa Giratória
Ao executar a chapa giratória o capoeira faz um giro de todo o corpo sobre uma perna base que se encontra à frente, dando as costas ao adversário. Neste momento, aproveitando o impulso do movimento de rotação do corpo, desfere vigoroso chute na posição da chapa lateral, em direção ao tronco do adversário.

Coice
Como se percebe pelo nome, o coice é um movimento onde o capoeira se apóia sobre os braços e desfere um potente chute duplo. As pernas são encolhidas e depois arremessadas contra o adversário.

Meia Lua de Compasso
Neste movimento o capoeira se abaixa até o solo, apoiando as duas mãos ao solo e desferindo um giro com a perna de trás, arremessando-a à altura do tronco do adversário. O giro é executado sobre a perna base, como se fosse um compasso. Durante todo o movimento a cabeça se encontra entre os braços, os olhos atentos ao adversário.
No treinamento básico, é útil a execução em seguida à resistência, exigindo um maior controle da meia-lua e mantendo o corpo bem próximo ao solo durante toda a movimentação.
Treinando contra-ataques à meia-lua, um movimento pouco convencional, porém de certa utilidade, é o de puxar a perna de apoio de quem arremessa o golpe, com a mão, provocando a interrupção e queda do capoeira.

Meia Lua de Frente
Ao fazer este movimento o capoeira descreve uma meia-lua com uma perna estirada, arremessada com o pé passando à altura do adversário e completando um semicírculo, para então voltar com o pé ao ponto inicial, retornando à ginga.

Meia Lua de solta
Neste movimento o capoeira faz um giro de tronco, preparando-se para executar a meia-lua solta. Em seguida arremessa o corpo num giro sobre uma perna flexionada, no ar, como se fizesse uma meia-lua de compasso acima do chão. Na execução do giro, o calcanhar da perna que descreve a meia-lua procura passar à altura da cabeça do oponente.

Negativa
Aqui o capoeira desce sobre uma perna, que flexionará sob o peso do corpo, ao abaixar-se. Com isto, temos o corpo sobre uma perna, apoiado no calcanhar, enquanto a ponta do pé (flexionada) firma a base no chão. A outra perna é lançada à frente, esticada, o calcanhar tocando o solo. O braço deste lado apóia a mão ao solo, garantindo ao capoeira três pontos de apoio e uma posição que permite locomoção rápida.
Geralmente os capoeiras aperfeiçoam a execução da negativa treinando a troca de negativas, que consiste em alternar sucessivamente os pontos de apoio do corpo, de um lado e de outro, em rápidos movimentos.

Parafuso
O capoeira executa um giro em tudo semelhante ao da armada. Quando a perna começa a efetuar o semicírculo, o capoeira dá um salto e desfere um pontapé lateral com a outra perna, girando no ar, graças ao impulso obtido durante toda a movimentação.

Queixada
Aqui o capoeira se posiciona defronte ao adversário, dá um passo lateral e em seguida, numa torção do tronco, arremessa a perna da frente, desferindo um movimento semicircular à altura da cabeça do adversário, prosseguindo a descida da perna até o solo.

Rabo de Arraia
No rabo de arraia o capoeira se aproxima do adversário e se atira ao solo, apoiado às mãos, lançando um dos pés em direção ao rosto do oponente, enquanto a outra perna dá equilíbrio ao movimento.

Vôo do Morcego
Na execução deste movimento o capoeira pula em direção ao adversário, com as pernas e braços encolhidos. No ar, as pernas são distendidas e os pés empurrados com força contra o oponente. Ao cair no solo, o capoeira amortece a queda com as mãos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A dança-luta brasileira

Originada no final do século 17 e início do 18, com seu auge na segunda metade do século 19, a capoeira é uma arte “marcial” brasileira, de origem africana, uma dança - luta, que foi criada e desenvolvida pelos negros escravizados, inspirada pela sede de liberdade e justiça social.

Logo após a libertação dos escravos, o negro brasileiro que trabalhava na fazenda, desempregado, é jogado na mais absoluta miséria (fato que ainda hoje é fácil de se presenciar nas favelas), pois não foi incorporado à vida da cidade nem como comerciante nem como operário. Com seu êxodo para as regiões urbanas em busca da sobrevivência, o ex - escravo, que sabia capoeira, se tornou o malandro perigoso das ruas do Rio de Janeiro, servindo muitas vezes de capanga para alguns coronéis. Por isso, a prática dessa dança foi proibida em todo o território nacional, até que o presidente Getúlio Vargas decretou sua legalização nos anos 30.

O jogo de capoeira primitivo, lúdico, proscrito pela classe dominante, foi modificado na década de 30 por Manoel dos Reis Machado, o famoso mestre Bimba, que procurou escapar ao enquadramento legal, para servir de fundamento a um sistema de defesa pessoal, assumindo a forma de luta e recebendo a denominação de capoeira regional. A maioria dos mestres permaneceu, entretanto, fiel aos ritos antigos sob a liderança de Vicente Ferreira Pastinha, mestre Pastinha. Eles se reuniram e fundaram o Centro Esportivo de Capoeira Angola, origem da atual denominação de capoeira angola e de angoleiros. Estas duas formas, inicialmente limitadas à Bahia, difundiram-se pelo País inteiro.

A capoeira na época da escravidão preparava o negro para o desigual combate com os capangas dos fazendeiros que utilizavam mão-de-obra escrava. Os capangas eram geralmente homens rudes e bem armados.

Para treinar, sem chamar a atenção dos fazendeiros e dos capangas, os escravos incorporaram instrumentos musicais, como o berimbau, oriundo do povo banto, e outros, de forma a enganar o feitor, pois com a música e os movimentos ritmados, o capataz pensava que os negros estavam dançando.

Uma arte que se fecundou e cresceu lutando pela vida, a capoeira é luta e defesa pessoal que, quando praticada, combate os instintos agressivos, transformando-os em forma lúdica, sem prejudicar as outras pessoas.

A capoeira é um processo dinâmico, coreográfico, desenvolvido por dois parceiros, caracterizado pela associação de movimentos rituais, executados em ritmo ijexá, que é um ramo da nação nagô, regido pelo toque do berimbau, simulando intenções de ataque, defesa e esquiva, ao mesmo tempo que exibe habilidade, força e autoconfiança, em colaboração com o parceiro do jogo, pretendendo cada qual demonstrar sua superioridade sobre o outro. A coreografia desenvolve-se a partir de um movimento básico denominado de gingado. A capoeira dá liberdade de criação, mas conserva a estrita obediência aos rituais, à preservação das tradições, o culto dos antepassados e o respeito aos “mais velhos”.

A partir do gingado, o capoeira realiza movimentos, manobras, exercícios, evoluções conforme o ritmo, o objetivo ou o contexto a partir de cada um dos segmentos e das múltiplas posturas do corpo. Mas sempre os movimentos são ritmados, obedecendo ao toque do berimbau, atabaque, pandeiro e agogô. No início do jogo da capoeira, os praticantes reúnem-se em uma formação de roda e começam a cantar as “ladainhas” acompanhadas pelo toque dos instrumentos.
Hoje a capoeira está inserida em outra realidade social, muito diferente da sua origem; está preocupada com sua manifestação como arte em geral: na dança, na música, no teatro e cinema, nas escolas do ensino fundamental e médio, também nas Universidades, onde é objetivo de estudos em muitos cursos de pós-graduação. Saiu também do Brasil e está em muitos países da Europa e Estados Unidos.

Exemplo dessa nova realidade social é a utilização da capoeira pelo mestre Alcides de Lima, como instrumento de socialização e cidadania para crianças carentes. O mestre Alcides trabalha com alunos de Universidade, colégio e meninos de comunidades carentes e hoje também com pessoas da terceira idade. Nas suas rodas, além da dança, teatro, ritmo que a capoeira por si só traz, também incentiva a desinibição e discute as dificuldades do dia-a-dia que os alunos encontram. O mestre ensina todas as técnicas, nunca enfocando ataque e defesa, e sim a expressão corporal; trabalha muito o respeito pelo outro, para que não ocorra a violência. Sempre enfatiza que o capoeira está jogando com o outro, para o outro e não contra o outro. Segundo o mestre, “a capoeira hoje, dentro da nossa filosofia, é usada como uma ferramenta poderosa de ensino e aprendizagem, transmitindo a jovens e adultos de todas as camadas e extratos sociais a identidade social e cultural brasileira”.

Os discípulos do mestre Alcides também vão pelo mesmo caminho. O engenheiro químico Alfredo Antônio Zito, de 35 anos, que começou há dez anos a praticar a capoeira para combater o estresse, hoje a ensina a meninos carentes. No seu trabalho com as crianças, ele utiliza o contraponto da malandragem da capoeira com a cultura da cidadania. Zito tenta desenvolver a autoestima da criança pobre, reforçando, desde que possível, a riqueza da cultura negra e sempre enfatizando a não violência.

O professor de história Carlos Alberto Oliveira, de 31 anos, com 17 de capoeira, outro discípulo do mestre Alcides, trabalha voluntariamente com menores infratores da Febem de Tatuapé, São Paulo. Seu lema nesta instituição é incluir os meninos na não violência. O professor trabalha com o menor os valores positivos da capoeira, a disciplina, debate questões de vida cotidiana, mostra o lado negativo da violência. Segundo Carlos, para entrar na roda de capoeira, é necessário que a pessoa saiba entrar e sair, pois existem certas regras de conduta, e isso faz com que haja um respeito na roda, visto que tem que respeitar a batida do berimbau e os colegas. O professor diz que “os que participam das rodas criam uma unidade no grupo. Os meninos acreditam que a saída é individual, na capoeira não é, e sim em grupo”. Para o professor de história, o “sistema exclui e nosso trabalho tenta incluir os excluídos”.

Mareia Quintero é musicista de Porto Rico. Há 7 anos, a música da capoeira chamou sua atenção e desde então tornou-se mais uma aluna do mestre Alcides. Para Mareia, a capoeira criou um vínculo muito forte com o Brasil, a ponto de levá-la para Porto Rico, onde hoje é utilizada em grupos de teatro e com jovens drogados.

Ritmos utilizados numa roda de capoeira

• Angola – toque mais lento, comanda o jogo de angola.
• São Bento grande de angola – toque lento no mesmo ritmo do toque de angola.
• São Bento grande regional – toque rápido, quando se joga utiliza a guarda alta.
• Cavalaria – toque de aviso: na época que a capoeira era proibida, avisava o capoeira que a polícia montada estava chegando.
• Iúna – toque que imita o canto da iúna, só é jogado por professor e mestre. Neste ritmo é onde o mestre mostra sua técnica.

Nossa Dança, Nosso Povo!

Nossa Dança,Nosso Povo!
No Brasil, a dança está diretamente ligada à história da nossa gente, pois representa nossas raízes: a mistura do índio, do negro e do europeu. Desses três povos, herdamos os costumes, as tradições e a cultura. São riquezas transmitidas de geração a geração e que não podemos deixar morrer.
Na formação das danças brasileiras, os negros têm grande importância. Eles trouxeram uma ginga que os portugueses não tinham.
Assim como os índios, os africanos dançavam descalços. Para eles, a dança tinha um significado religioso e mágico. Apesar das tentativas dos senhores de acabar com esse costume, eles o mantiveram, e assim conseguiram também espantar seus sofrimentos e humilhações como escravos.
Aos poucos, a casa grande foi sendo contagiada pela tradição africana e surgiram as festas religiosas, que deram origem a várias danças. E, como não podia deixar de ser, muitos instrumentos indígenas eram usados como acompanhamento. Afinal, não há dança sem música!
Esse conjunto de costumes e tradições de um povo é chamado de folclore. E a dança folclórica é um dos mais ricos representantes da nossa cultura. Em cada estado do Brasil, ela recebeu influências das origens de pessoas que ali viveram e ensinaram um pouco da sua arte.
Agora, prepare-se: vamos dançar até o sol raiar! Com o baião, balaio, bumba-meu-boi, capoeira, carnaval, cateretê, frevo, maracatu, quadrilha e samba!
Baião...



O baião é uma dança que surgiu no Nordeste brasileiro, mas não se chega a um acordo sobre sua origem: uns dizem que é africana, outros, que é espanhola. Só se tem certeza de uma coisa: ficou conhecida e é apreciada no Brasil inteiro.
Seu ritmo, marcante e contagioso, mexe com o povo nordestino há um século. Mas foi por causa de Luiz Gonzaga, chamado "o rei do baião", que música e dança percorreram o nosso país e até atravessaram fronteiras, chegando à Europa e aos Estados Unidos.
Os passos da dança são feitos de cruzamento de pernas, giros, trejeitos e muito molejo. O som fica por conta da sanfona, do pandeiro, da viola, entre outros instrumentos.


Balaio...
Também chamada de bambaquerê, o balaio é uma espécie de quadrilha bastante popular no Rio Grande do Sul.
Alguns estudiosos dizem que veio dos Açores, um conjunto de ilhas de domínio português. Outros dizem que é africana, pois também é conhecida em regiões do Nordeste até Mato Grosso.
O nome balaio está ligado ao formato das saias rodadas das mulheres - quando giram e abaixam, fazem uma coreografia que lembra a figura de um balaio.
Geralmente é dançado em dois círculos: as mulheres ficam no centro e os homens, do lado de fora. Em alguns momentos dançam juntos, em outros separados. Há também sapateados e todos cantam.


Bumba -meu- boi...
É uma das danças mais populares do Brasil, e pode ser vista em vários estados: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, entre outros. Dependendo da região, pode mudar de nome: boi-surubi, boi-bumbá, boi-melão, boi-de-mamão, etc.
Em cada região, o tema pode variar, mas o enredo é basicamente o mesmo: o negro escravo Pai Francisco mata o boi do patrão para satisfazer sua mulher grávida, Catirina, que está com desejo de comer língua de boi. Como o amo fica furioso, ele tenta ressuscitar o boi para escapar do castigo. O boi então volta à vida e todos comemoram gritando: bumba-meu-boi!
Vários personagens atuam na encenação, cantando e dançando. Geralmente, os instrumentos que acompanham são: violão, sanfona e rabeca.


Capoeira...
A capoeira, uma dança fascinante e ao mesmo tempo uma luta mágica, é praticada em todo o país de um jeito alegre e contagiante. Surgiu na Bahia, no período da escravidão.
As condições em que viviam os negros durante a escravidão eram desumanas. Tentar manter a dignidade e suas tradições era a única coisa que restava a eles. Para enganar os senhores, os escravos continuavam praticando suas crenças disfarçadas de cantigas e danças. Dos gestos que faziam nesses rituais, surgiu a capoeira.
Os movimentos da dança também eram usados pelos escravos como defesa, pois, como não tinham armas, utilizavam o próprio corpo contra os inimigos.
Ainda bem que tudo isso acabou e hoje podemos ver rodas de capoeira em todos os lugares: ruas, praças, academias, parques e praias. Sempre acompanhadas de muita ginga, cantos, palmas e do som envolvente do berimbau.


Carnaval...
Não podemos dizer que o carnaval seja uma dança, mas sim uma festa. Uma festa em que o país inteiro, pessoas de todas as idades e classes sociais se unem numa só alegria para fazer o quê? Dançar. Por isso não podíamos deixar de falar dessa mania brasileira.
O carnaval começou no Brasil na segunda metade do século 18, e veio para substituir uma festa popular meio esquisita trazida pelos portugueses: o entrudo. Os foliões comemoravam jogando água, farinha e ovos uns nos outros. Essa festa foi proibida e então começaram as passeatas nas ruas, organizadas pelas pessoas ricas do Rio de Janeiro.
Em 1877, o carnaval já tinha caído nas graças do povo. Nessa época havia bailes a fantasia, as ruas eram enfeitadas, grupos se divertiam mascarados. Antes de surgirem as escolas de samba cariocas, os blocos saíam fantasiados pelas ruas, dançando e tocando.
Hoje, existem escolas de samba no mundo inteiro - até no Japão! Na Finlândia, há até uma Associação de Escolas de Samba: a grande campeã é a Império do Papagaio, que tem 250 membros e três primeiros lugares no desfile de lá.


Cateretê...
O cateretê é uma dança rural muito antiga, conhecida em vários estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, entre outros. Recebe vários nomes: catira, xiba ou chiba, dependendo da região.
Alguns estudos mostram que o cateretê é de origem indígena e de caráter religioso, e foi aproveitado pelo padre José de Anchieta na catequese dos índios. O padre, bem esperto, traduziu para o tupi alguns textos católicos para que os índios cantassem enquanto dançavam.
A dança varia em cada região, mas geralmente é assim: em duas fileiras, acompanhada por palmas e sapateados no ritmo da música, formando um bonito conjunto. As melodias são cantadas pelos violeiros. Em alguns estados, apenas os homens fazem a coreografia. Quem disse que não pode dançar homem com homem?


Frevo...
"E o frevo o que é? Pernambucano, oi, oi, oi, oi..." Quem nunca ouviu esse trechinho de uma das músicas mais tocadas no carnaval de todo o Brasil? Ninguém tem dúvida de que o frevo vem de Pernambuco.
É dançado nas ruas e salões, e seu nome varia de acordo com os instrumentos que embalam a música: frevo-coqueiro, frevo-de-encontro, frevo-ventania. Apesar de ter coreografia individual, é uma dança que, pelo seu ritmo agitado, frenético, contagia multidões, não deixando ninguém de fora, como se fosse uma corrente elétrica.
Os bailarinos, chamados de passistas, improvisam os passos em ritmo alucinante e levam nas mãos um pequeno guarda-chuva colorido, que acompanha o tom de suas roupas.


Maracatu...
O maracatu é uma dança com raízes religiosas e históricas muito popular em Pernambuco, e que apresenta variações de tipos e nomes: maracatu de baque virado, maracatu nação, maracatu rural, maracatu de orquestra, entre outros.
Os personagens são nobres soberanos - como reis negros e brancos, rainhas e embaixadores - vestidos luxuosamente e acompanhados de toda a corte. Em alguns maracatus, há ainda a presença de baianas, meninos, índios, escravos e também de bonecos.
O grupo desfila pelas ruas e em certos momentos há imitações de duelos. Os músicos participam do bloco tocando principalmente instrumentos de percussão. Imagine que espetáculo maravilhoso! Quem quiser ver, é só ir prestigiar o carnaval de Pernambuco.


Quadrilha...
Quadrilha é dança de caipira, certo? Hoje em dia pode ser, mas antigamente não era assim, não. Surgiu na Inglaterra, e, quando foi levada a Paris, no século 18, tornou-se a dança preferida pela sociedade da época, iniciando os bailes da corte de toda a Europa.
Foi trazida ao Brasil pelos portugueses no período da Regência (1831-1840) e era dançada nos salões da nobreza. Logo caiu nas graças do povo, que a adaptou e incluiu elementos de sua cultura.
Com o tempo, passou a ser mais praticada pelas pessoas que viviam nos campos e era dançada em homenagem aos santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Nessas ocasiões, o homem do campo agradecia a boa colheita aos santos.
Os passos da quadrilha variam muito de região para região, assim como os nomes que ela recebe: quadrilha caipira, sarauê, baile sifilito, mana-chica ou mana-joana, dependendo do estado de onde vem. São eles: São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, entre outros.
A sanfona é o instrumento que não pode faltar na quadrilha, não é mesmo, compadre?


Samba...
O samba pede passagem e toma conta de todo o Brasil. Afinal, "quem não gosta de samba, bom sujeito não é/ É ruim da cabeça ou doente do pé..." como já diz uma das músicas mais populares que tem o samba como tema.
Há várias explicações para a formação desta dança que, como era de se imaginar, vem da África. Uma delas diz que sua origem está na palavra semba, que significa umbigada. E a dança era assim no início: um bailarino ficava no centro da roda dançando sozinho, então chamava outra pessoa para substituí-lo batendo nela com o umbigo.
Com o tempo, o samba foi se modificando e sofrendo alterações, e em cada estado do Brasil tem uma cara diferente, mas está sempre acompanhado principalmente pelo violão, pandeiro e surdo, entre outros instrumentos.
Quando o samba foi levado ao Rio de Janeiro pelos baianos, no início do século 20, encontrou um parceiro que foi feito sob medida para ele: o carnaval. Essa dupla incendeia as ruas e salões do Brasil inteiro e ficou conhecida pelos quatro cantos do mundo.
Agora que você já conhece todas as danças, de norte a sul do país, o que está fazendo aí parado? Vamos chacoalhar o esqueleto! Comece brincando com os instrumentos do samba no MixKids!
Fonte:http://www.canalkids.com.br/arte/danca/povo.htm

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